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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Introdução ao Solfejo

Graça e paz a Todos!

Mais uma aula foi ministrada e hoje vou compartilhar com vocês o assunto dado. Estamos falando do Solfejo.

Como já sabemos, essa é a técnica ou arte de se imitar os sons dos instrumentos com a voz. Ela se parece muito com a "onomatopéia", que é quando escrevemos os sons que ouvimos (ex. Ra-ta-ta-ta-ta - metralhadora; fiu-fiu - assobio; etc...), porém aqui não estamos escrevendo e sim cantando.

É importante ressaltar que nossa aula somente terá um excelente desempenho se nos ouvir-mos. Já foi dito anteriormente sobre isso, mas preciso ressaltar que muitos dos surdos não falam simplesmente porque não ouvem, ou seja, são surdos e não mudos. Porém não falam porque não conhecem os sons das palavras. No nosso caso, é importante que nos ouçamos.

Muitos dos casos dos desafinados ou desentoados ou *CPs é que eles cantam próximos de outras pessoas. Ouvem essas outras pessoas cantando afinadas e pensam também que estão cantando bem. Outro caso é quando a pessoa sabe que não é afinada ao cantar, porém, por cantar no ritmo, não se incomoda e "bota a boca no trombone", para o  desespero de muitos.

Então, vamos estudar começando por nos ouvir.

Agora falando de exercícios propriamente ditos, é necessário saber de algumas coisas:

  1. O que é escala musical?
    R: É uma sequência de notas ascendentes ou descendentes.
    - Ou seja, escala vem do latim (escada) e, como todo mundo sabe, numa escada se desce ou se sobe. No caso, aqui aprenderemos a escala maior de C (Dó). Ela possui 7 notas e se repete no final.
  1. O que é oitava?
    R: É a diferença existente entre duas notas separadas por seis notas que estão entre elas. É também um intervalo justo de 8 notas entre duas notas.
    - Ou seja, de um Dó para outro (ex. Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó). Também é muito fácil de se perceber quando um homem canta uma nota e uma mulher faz a mesma nota. A nota é a mesma, porém soa diferente.
  1. O que é timbre?
    R: É o tipo definido de cada instrumento.
    - Ou seja, o som de um oboé, de um violão, de um homem cantando, de uma mulher cantando, etc. Todos pode cantar ou tocar uma mesma nota, porém alguns vão soar apenas diferente, outros vão emitir a nota em "oitavas" diferentes.

Muito em breve estarei disponibilizando um material que ajudará a todos nessa questão, porém o mesmo será cobrado.

Juquinha, um dos meus alunos mais frequentes em todas as minhas aulas me fez uma pergunta.

Pergunta: Como eu poderia treinar em casa o solfejo sem instrumento algum e como eu saberei se estou afinado ou executado o mesmo corretamente?

Resposta: Muito obrigado Juquinha por nos fazer essa maravilhosa e muito oportuna pergunta. Se você que está lendo este post se enquadra nesse perfil do Juquinha, isso serve pra você também. DICA 01 - Se você tem um telefone fixo em casa, apenas ponha-o no seu ouvido e escute o tom de discagem que é emitido para sabermos se poderemos ou não efetuar uma ligação, ou seja, o famoso e lindo "TUUUUUUUUUUUUUUUU". Esse tuuuuu, é simplesmente a nota Lá3 que pode ser cantada por qualquer voz (Soprano, Contralto, Tenor e Baixo).
O que você deve fazer é simples. Deve imitar o som que você ouviu, desligar o telefone (de repente tem alguém tentando ligar e você não precisa ficar com o telefone na orelha durante todo o exercício), e falar diferentes sílabas. Ex. Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá ou má, ná, má, ná, má, ná, má, ná ou mâ, nâ, mâ, nâ, mâ, nâ, e assim por diante. Lembre-se que de tempos em tempos é necessário que você escute novamente o tuuuuu pra saber se você ainda está na nota correta.

Uma outra dica que vai é a da "conchinha". Todos os meus alunos já conhecem ou vão conhcê-la. Você precisa fazer uma concha com sua mão (não importa se é a direita ou a esquerda), e depois posicioná-la como se estivesse usando o telefone. É importante que você não feche completamente seu ouvido. O dedo polegar deve encostar na cabeça atrás da orelha, meio que mandíbula pra cima. Os dedos indicador, médio, anular e mínimo devem estar bem colados uns nos outros (mas não é pra usar cola não!), fazendo uma espécie de arco, tipo de um teatro. Como o objetivo da "conchinha" é fazer a pessoa se ouvir, você deve encostar sua mão do pulso pro polegar e não do pulso para o dedo mínimo.

Todas as vezes que você for cantar, pode usar essa técnica que vai lhe ajudar a ser uma pessoa mais comunitária, pois vai fazer você imaginar o que os outros pensam quando ouvem você. Com isso você vai forçar menos a voz (pois se você gritar verá o que acontece usando essa técnica), vai saber melhor como funciona seu aparelho fonador, e vai ser mais afinado.

DICA 02 - Se você possui algum aparelho multimídia (ex. Micro system, computador com caixa de som, aparelho leitor de DVD com TV e caixas autofalantes ou algo parecido), você pode escolher uma música (no caso do computador ou do DVD, dê preferência por alguma mídia com vídeo, tipo.um clipe ou um show), depois você começa a cantar a música junto com o que estiver cantando. Finalmente, no meio da música você deve "mutar" o áudio (ou baixar o volume de uma vez ou clicar no botão "mute" se houver), e continuar cantando. Depois de algum tempo você retorna o áudio ao volume normal e verifica se ainda está no tom da música e no ritmo.

DICA 03 - Se for possível, adquira uma flauta doce (Recorder). Minha sugestão é pela flauta da Yamaha® modelo Germânica (ela possui próximo do buraquinho de baixo uma letra ou B ou G. G é germânica). Ela custa em média uns R$ 15,00 ou R$ 18,00. Ao adquiri-la, você irá aperfeiçoar não somente seu solfejo, mas ajudará na respiração. Dicas sobre flauta doce, entrem em contato comigo que eu posto aqui.

Agora vai um pouco de teoria musical.

Muito do que eu irei escrever aqui você encontra em livros e no wikipedia (www.wikipedia.com.br).

Notas musicais.

Quem inventou as notas musicais não se sabe ao certo, mas elas datam desde uns 700 e alguma coisa antes de Cristo. Antigamente, as notas musicais eram letras e muito diferentes do que conhecemos hoje. Porém elas possuem a configuração que conhecemos hoje por causa da igreja cristã.

NOTA: É importante dizer que tudo o que será dito a respeito de qualquer denominação cristã está apenas registrado na história, não se trata de difamação e sem de fatos reais comprovados por historiadores renomados.

Continuando, para a igreja católica, mãe de todas as igrejas cristãs que conhecemos hoje, a música era do diabo. Pelo fato da igreja perder muitos de seus devotos para o "mundo" por causa da música, a mesma começou a ser inserida porém com algumas restrições. A princípio, deveria ser somente cantada e não tocada. Primeiro somente homens cantavam. Depois crianças do sexo masculino poderiam se unir aos homens. Como os meninos cresciam e suas vozes mudavam, perdendo assim seus agudos (explicaremos depois agudos e graves), vieram os Castraces (lê-se castratches), que eram meninos que tinham suas partes cortadas para preservar seus agudos, o que não funcionou. Depois as mulheres começaram a cantar, nascendo assim os corais. Depois o piano, o órgão e o cravo (um tipo de teclado), vieram a ser introduzidos. Depois o violão, outros instrumentos de corda, etc. Apenas no século XX que entraram na igreja os instrumentos de percursão como a bateria, o taborim, entre outros.

Voltando para meados do século V e VI, a música entrou na igreja, porém muito diferente de como conhecemos hoje. Lembra os padres lendo a bíblia em latim durante uma missa. Somente no século XI é que Guido D'Arezzo criou as notas musicais com a partitura em cinco linhas.

Retirando a primeira sílaba de cada palavra de uma oração a S. João ele criou as notas.

A canção era:

Ut quant laxis
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famile tuorum
Solve poluti
Labis reatum
Sanct Yoannes.

A tradução é:


Ut queant laxis
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famile tuorum
Solve poluti
Labis reatum
Sanct Iohannes.

O "J" no latim lê-se "I".

Tradução: Para que os servos possam, com suas vozes soltas, ressoar as maravilhas de vossos atos, limpa a culpa do lábio manchado, ó São João!

Nessa época, a igreja perseguia a todos que não fossem cristãos. Como era nessa época muito divulgada a perseguição aos povos semitas (árabes e judeus), e como os mesmos eram cheios de "melismas" (voltinhas com a voz feita em cantos e orações de povos árabes e judeus sempre em cima das vogais), ao contrário do ocidente que era utilizador de técnicas baseadas no solfejo em consoantes (lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá), o UT foi substituído pelo , com a justificativa de que a primeira sílaba de Senhor em Latim soaria melhor do que qualquer outra coisa. Deus é o princípio e o fim. Os 7 dias da semana = as 7 notas musicais. Domine = Senhor.

Da mesma forma, escalas menores a princípio seriam consideradas satânicas por serem mais entoadas pelo povo pagão na europa (Vikings). Em grego, as notas eram representadas por letras, sendo a escala menor melódica a predominante, ou seja, começava e terminava em Lá.

A - B - C - D - E - F - G - A

Guido reorganizou as notas de forma a serem aceitas melhor dentro da igreja.

Dó (C) - Ré (D) - Mi (E) - Fá (F) - Sol (G) - Lá (A) - Si (B) - Dó (C)

Bom, agora vamos estudar e nos prepararmos para os desafios que virão.

I Pe. 5:8 e 9


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Em breve estaremos disponibilizando on-line, material escrito, de áudio e vídeo para que todos possam aproveitar ao máximo tudo o que vier a ser dado aqui.

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